quarta-feira, 8 de fevereiro de 2012

Identidade do Verniz Pessoal


MULHERES. Muitas crónicas foram escritas por elas e para elas, por eles para eles, mas sobre elas. Muitas reportagens, inquéritos, questionários, dos planos de dieta à beleza. A Cosmo, a Vogue, a Elle, a Happy ou a Sad,... [Já não sei!]. E no fundo, com tanta directriz a mulher não se consegue encontrar a si própria [mas daí quem consegue?]. As setas apontam o caminho, Lancôme, Vichy, Carolina Herrera, Yves Saint Laurent, Chanel,… and so on. A mulher persegue os caminhos, os homens não percebem a necessidade de tantos sapatos, dos cremes, do cabelo, das malas. O homem critica (a falta de paciência consome-o), mas isso deve-se ao facto do homem ser demasiado obtuso para perceber que essa necessidade da mulher está no desejo de ser “a mulher”. A que se sujeita a identidade da mulher senão à doença constante de querer agradar o homem? Atinge-nos onde nos dói mais, a nossa auto-estima não ser proporcional ao nosso verniz, à nossa capa protectora, à derme, ao que nos envolve, ao que os outros vêem. Ser o que não somos para sermos maiores, sempre foi a maior utopia da mulher. A força débil interior perante dúvidas de quem somos?! Estamos onde não pertencemos, só para darem por nós. Somos mais frágeis que a luz da noite a desaparecer entre as nuvens e tentamos sempre brilhar mais para não nos apagarmos da nossa existência. Tudo acaba onde deveria ter começado: em nós. A verdade é que o padrão de beleza ditado pela sociedade é um factor essencial para se controlar a sexualidade da mulher.
Esta visão permite que a sexualidade seja distorcida e entendida como ornamental, observável e até violável invés das qualidades resultantes da vida da mulher e como esta se relaciona com ela própria, com os outros e com o mundo que a rodeia.
A sexualidade é lançada do mundo privado para o público, para o domínio geral e até banal, tornando a sexualidade concreta e externa, e toda ela vulnerável à inspecção, definição, crítica e controlo social. A identidade feminina é ferida e é confrontada com a forma, peso, altura e estética do corpo que possui e sujeita a uma avaliação do que as massas vêem como sexual ou sensual.

"Porque metade de mim é o que grito, mas a outra metade é silêncio.
Porque metade de mim é o que ouço, mas a outra metade é o que calo.
Que essa minha vontade de ir embora se transforme na calma e na paz que eu mereço. E que essa tensão que me corrói por dentro seja um dia recompensada.
Que não seja preciso mais que uma simples alegria para me fazer aquietar o espírito. E que o teu silêncio me fale cada vez mais.
E que a minha loucura seja perdoada … Porque metade de mim é amor … e a outra metade … também."

Oswaldo Montenegro

“Personality begins where comparison ends.”
Karl Lagerfeld


1 comentário:

  1. todas as mulheres deviam de andar com este manual sem duvida! 5 estrelas! ml

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